terça-feira, 15 de junho de 2010

pessoas


e mais uma criança... estão em toda a parte e saem sempre bem nas fotos... não há como falhar... e têm uma energia contagiante...



cá está, a lota... aparentemente, já chegámos tarde e não havia muita escolha.. mas aquele primeiro cinzentinho ali da fila da baixo foi ontem o nosso jantar, e estava bem delicioso!


mais vendedoras no mercado de sucupira... vendedoras de... do que for preciso!!

e este senhor senegalês foi um dos espectáculos de música ao vivo que fomos ver aqui há dias... muita gente se queixa da falta de oferta cultural por cá, mas nós não temos parado... devemos ter chegado numa altura boa... é música ao vivo, espectáculos de dança, ciclos de cinema, festas da comunidade... e quase tudo gratuito (até porque não se atrevem a pedir dinheiro, dado o grau de profissionalismo... fomos ver um dos filmes do ciclo, mas tinha sido adiado devido à impossibilidade do autor de estar presente... ora o filme de 3.ª passou para 6.ª, o que levou o filme de 6.ª a mudar para 4.ª, e o de 4.ª a ser exibido na 3.ª... tudo em cima da hora e sem aviso prévio... mas faz parte do encanto local.. do "jeitinho" cabo-verdiano...)



profissões locais

no bairro onde estou a morar (uma das zonas simpáticas da cidade, com embaixadas e organismos públicos e afins..) cruzo-me frequentemente com uns senhores que são gentilmente apelidados de "guardas"... assim à primeira vista, parecem apenas mais uns a dormir na rua.. mas não... são profissionais altamente competentes, com treino militar para passarem a noite sentados à porta da casa/organismo que lhes está entregue (sentados mesmo na porta de entrada - 90% dos assaltos a casas são feitos pela porta da frente, toda a gente sabe disso...), atentos a tudo o que os rodeia, num estado de vigília tão avançado que se assemelha a uma sesta... cheira-me que o único requisito que têm que cumprir para alcançar tão exigente posto é terem a sua própria cadeira de plástico e rádio a pilhas.. mas isso sou eu...

numa visita recente ao mercado do peixe, fomos abordados por um simpático senhor, coberto de sangue, entranhas e espinhas de peixe, que agitava alegremente uma faca na nossa direcção enquanto perguntávamos à senhora da "banca" (chamemos-lhe assim, apesar de ser uma palete no chão..) o preço daquele que seria o nosso jantar... ora parece que, para alívio meu, o senhor em questão é assim uma espécie de "estripador de peixe" que, a troco de uns 100€ nos esventra (perdão, arranja..) o peixe... e são uns 100$00 muito bem gastos, devo confessar... nenhum dos meus primos com menos de 12 anos arranja peixe com aquela mestria...

e por fim, os táxistas... essa maravilha das grandes cidades... aqui, como em tantas outras capitais, não primam pela condução segura nem pela simpatia.. e têm o hábito irritante de apitar cada vez que passam por nós na rua... para os senhores, não podemos andar a pé pela rua, a menos que estejamos à procura de um táxi, pois claro! é impensável que "um de nós" ande a pé pela cidade... (não faço ideia de como eles nos distinguem tão facilmente dos locais... devem ser anos e anos de treino...) e quando realmente queremos apanhar um, temos sempre que perguntar quanto custa o percurso até ao destino em mente, pois há sempre uns espertos a tentar enganar o turista (é incrível como nos tornamos agarrados aos trocos quando as coisas são baratas.. nunca pensei regatear 10 cêntimos por uma manga, mas acontece... não é por nada.. é só porque nesta cidade nunca há trocos em lado nenhum...nunca...) e depois temos táxis para todos os gostos: com vidros partidos, com bancos estripados, com neóns azuis apontados para os pés, com pelúcia no tablier, com dezenas de pinheirinhos de cheiro pendurados no retrovisor, partilhados...

ah, e por falar em profissões, as simpáticas senhoras do café começaram a cobrar-me dinheiro pelo serviço... as desgraçadas... primeiro sorrisinhos e bolinhos, e depois.. timbas! e a melhor parte é que os tais meus colegas a quem servem o café no posto de trabalho não pagam nada.. só nós aqui do piso de baixo... dos serviços...

coisas


na nossa segunda ida à praia, a s. francisco (tarifa: 600$00 de táxi - para o aeroporto, que fica a meio do caminho, são 1000$00)



não sei ainda de quem são estes murais, mas aparecem em vários sítios da cidade.. tenho que investigar (alguns deles aparecem mesmo espalhados em vários bocados..)

e estes quiosques, também já os vi na cidade velha a abrigar a sra dos pastéis de peixe... aqui devem ter servido em tempos para proteger o peixe fresco do sol (apesar de parecer que a maior parte da população acha que o sol e as moscas preservam a comida...)


e, para finalizar, a bela da foto das redes de pesca e bóias... resulta sempre...



terça-feira, 8 de junho de 2010

a hora do bolo (do café, para alguns...)

fiquei adepto do café graças à "pausa para café", ainda nos tempos do museu... mas, mais que o efeito supostamente energizante da cafeína, aquilo que procuro é mesmo a desculpa para a pausa (era isso ou começar a fumar, mas creio que os meus pulmões semi-novos agradecem ao meu sorriso menos-branco..)

ora aqui, no meu novo local de trabalho, re-descobri a hora do café... fruto do contexto, há uma senhora responsável (se calhar são várias, ainda as confundo um bocado...) por tratar do belo do café de saco, sensivelmente a meio da manhã (depende da hora de chegada da "big boss").
dizem os meus colegas dos outros pisos, vangloriando-se, que há uma outra senhora que lhes vai servir o café ao posto de trabalho...
pois eu, vou directamente à fonte, sirvo-me à vontade (com leite e açúcar à discrição), tenho direito a bolinhos caseiros, cortesia das senhoras da secretaria (parte do meu plano para conquistar o mundo...) e ainda posso assistir à lavagem, praticamente automática, dos pratos, chávenas e colheres utilizados: à boa maneira local, num alguidar só com um fundinho de água usada e re-usada até evaporar... esqueçam os detergentes concentrados: quando voltar, ensino-vos a lavar a loiça duma mega-feijoada com apenas 1 dl de água! (e a minha flora intestinal já deve começar a transformar-se em pequenos rambos...)

queijo da ilha do fogo, de produção artesanal - 130$00
emoção e probabilidade de efeitos secundários desconhecidos causados pelo consumo do mesmo - não tem preço

a vista do meu quarto... simpática, não?


mais um pôr do sol na cidade velha


playstations e gormittis para quê.. ?? eu tenho um cão e um colchão!!


aceito encomendas para levar quando voltar...



quinta-feira, 3 de junho de 2010

lista do supermercado

para aqueles que querem ter uma ideia dos preços... (ainda não temos casa a sério, por isso não faço propriamente uma dieta equilibrada, mas vou actualizando..)

água trindade (marca local) 1,5l 55$00
iogurte iogurel (marca local) 4uni 126$00
bolacha chocochips (gullon) 125 gr 96$00
bolacha bocaditos nata 200gr 90$00
papel higiénico (silky) 4uni 87$00

os almoços variam... há sítios com mini-prato a 350$00, outros a 200$00 (comida caseira, em casas semi-particulares, com a Sic aos berros a acompanhar) e ainda outros com bife de atum (acompanhado de batata frita e arroz) a 700$00... e daí para cima, claro... mas temos sempre a impressão que fazem um preço "d'amigo" para os turistas, já que não há preço nas listas (os táxis e até mesmo as casas praticam tarifas para locais e não locais...)

ah, é verdade, 1€ é aproximadamente 110$00 locais (vão já treinando a matemática para quando me vierem visitar..)

fotitas

a bela da paisagem, cidade velha, na esplanada, entre o cão perneta e a moreia frita...



o meu terceiro filho há-de chamar-se Analcólico (depois do Enviolo e da Expelila...)


num passeio pela zona, depois de almoço, primeiro dia

desabafo

alguém me explica por que raio, no meu local de trabalho, lavam o chão a cada meia hora, mas nunca há papel na casa-de-banho?... assim, como é suposto usufruir em pleno da gastronomia local, e dos efeitos colaterais subjacentes?...

... mas entretanto já pude pôr em prática o meu plano para conquistar o mundo (ok, vá, o local de trabalho...)... tudo começa por conquistar a simpatia das senhoras da secretaria (ou a telefonista ou recepcionista, também serve...) e a partir daí ir aumentando alianças... muhahaha (riso maquiavélico)... não é para me gabar, mas já sou o único do grupo a ter direito a cafézinho e bolinho caseiro todas as manhãs...

entretanto, numa nota mais séria, continuo sem grande coisa para fazer.. apenas a ler e tentar perceber o que andam a fazer e como e onde me posso integrar... e descubro pérolas como "boa utilização dos recursos territoriais em benefício das gerações actuais e sem prejuízo das gerações futuras"... é bonito, e dá que pensar... mais países houvesse com estas preocupações...

quarta-feira, 2 de junho de 2010

fotinhas

na cidade velha, pasteis de peixe feitos na hora (nem vale a pena a piada da asae..)




na praia, ontem, dia das crianças, feriado local (e cá fazem uma coisa estranha no dia das crianças... saem todos juntos e passam o dia em família...)



mercado de sucupira (sim, são ténis, e nem todos são usados.. lá se foram os meus planos de curar essa minha patologia.. e mesmo a roupa, acho que vou enviar tudo para Portugal e comprar aqui "para estragar"... camisas à volta de 3€, e com alfaiate ali mesmo atrás à espera para apertar...)

emigrante

e cá estou, oficialmente emigrante desde quinta passada... ainda a meio gás, a sondar a net (e a ilha e as pessoas...) mas isto vai lá...

não deu para o relato passo-a-passo, mas vamos tentar um resumo alargado... desde o esforço de contenção para reduzir tudo o (aparentemente) necessário a 25 kg's, à viagem entre um mar de nuvens e a lua, passando pelos apartamentos onde uma luz apaga quando acendemos a outra, a temperatura praticamente constante qualquer que seja a hora do dia... aqueles primeiros dias em que passava as noites em Portugal e os dias cá, e quando a primeira impressão era a de estar de férias em Quarteira, mas com (ainda) menos verde, e mais lixo nas ruas...

e sim, tudo bate certo... as vendedeiras na rua em toda a parte, alguns companheiros de casa daqueles pequeninos e que não pagam renda (não, não estou a falar dos duendes.. esses parecem ainda não ter chegado cá..), os bairros tipo-favela, os táxis para toda a parte (que não páram de apitar quando passam por nós), as "iásses" alucinantes (não são drogas, mãe, é o nome que dão às carrinhas de transporte colectivo por cá, que dão voltas pela cidade até encher, e partem quando partem...)

enfim, muita coisa para digerir e ainda pouco tempo para tudo isso.. apesar de o tempo por cá ser mais comprido, e caberem muito mais coisas nos minutos...

fotos para breve, prometo...